domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mirtus (murta)



Esta é uma belíssima planta aromática que abunda nas margens do Tâmega e que na Primavera se cobre de umas belas flores brancas. No Outono cobrem-se de bagas negras que dão alimentos às aves que abundam no arvoredo ribeirinho.

Manifestação " Não às Barragens do Tâmega"



Sabia que…?
…já existem mais de 165 grandes barragens em Portugal?


…a transformação de um rio de água corrente num lago artificial põe em risco a qualidade da água e muitas espécies de animais e plantas?


…só a barragem de Fridão vai destruir centenas de hectares de Reserva Agrícola e Reserva Ecológica Nacional, pontes antigas, praias fluviais, uma ETAR e muitas habitações?


…as barragens não criam empregos e que aliás a EDP tem várias barragens sem ninguém a trabalhar no local?


…é obrigatório fazer um estudo conjunto de todas as barragens no Tâmega e tal não foi feito?


…existem alternativas mais baratas e com menos prejuízo para o ambiente e para as populações? Como o aumento de potência das barragens já existentes, a aposta na eficiência energética, a energia solar…

Diga não às barragens no Tâmega! Participe na Manifestação.

A gilbardeira




A gilbardeira é uma espécie protegida pela Directiva Habitats, que abunda na área que vai ser submergida pela albufeira de Juzante da Barragem de Fridão. Não ocorre pontualmente, mas pelo contrário cobre áreas suficientemente largas das margens do Tâmega, que embelezam com a sua cor verde garrafa e bagas de um vermelho vivo que fazem lembrar as do azevinho.
Sobre ela encontrei na net a seguinte informação que disponibilizo e agradeço ao autor que não consegui identificar.
“Gilbardeira

Nome Comum - Gilbardeira
Nome Científico - Ruscus aculeatus


Descrição - Planta que se mantém verde durante todo o ano, apresentando um rizoma, caule subterrâneo, a partir do qual brotam vários caules rígidos e verdes, alcançando entre
10 a 150 cm de altura.
As folhas encontram-se reduzidas a pequenas escamas que emergem da axila de expansões caulinares ovais ou lanceoladas que terminam em ponta espinhosa, os cladódios, confundíveis com folhas.
As flores são diminutas, localizam-se na superfície superior do cladódio e apresentam uma cor esverdeada tenuamente tingida de violeta.
O fruto é uma baga globosa de cor vermelha viva com 1 a 4 sementes .

Biologia - Subarbusto vivaz, rizomatoso, com flores unissexuais, isto é flores masculinas e femininas no mesmo indivíduo. Floresce durante o Inverno e início da Primavera e os frutos amadurecem no Outono e no Inverno. Espécie que tolera bem a sombra, habitats secos e uma grande gama de tipos de solos.

Habitat - Bosques e formações arbustivas frescas e sombrias, sob coberto de matas e em areias litorais, desde o nível do mar até aos 1400 metros de altitude.

Distribuição - Ocorre espontaneamente um pouco por todo o Centro e Sul da Europa, Ilhas dos Açores, Canárias, Baleares e Reino Unido, Sudoeste Asiático e Norte de África.


Conservação- A Gilbardeira consta de uma lista de espécies de interesse comunitário.
A sua colheita na natureza e exploração deverá ser objecto de medidas de gestão
(Directiva 92/43/CEE/Directiva habitats).

Curiosidades - O rizoma da Gilbardeira juntamente com as raízes de aipo, funcho, salsa e espargo entram na composição de uma infusão denominada “xarope das 5 raízes”, que possui propriedades diuréticas muito apreciadas. Dos seus ramos fazem-se vassouras para varrer ruas e limpar chaminés.”

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O Hipericão

É uma erva medicinal que abunda nas margens do Tâmega e que na Primavera se enche de belas e úteis flores amarelas.
Sendo conhecidas as suas propriedades medicinais, não são raras as vezes que se vêm os populares a colher as flores para atalharem às suas maleitas!
Deixo um apontamento sobre as suas propriedades que colhi na net:

"HIPERICÃO
A sua designação em Latim é Hypericum perforatum.
Planta herbácea vivaz da flora da Europa Ocidental e Meridional e Próximo Oriente até ao Irão.
Em Portugal encontra-se em lugares sombrios e húmidos.
Pertence à familia das Gutiferáceas (Hipericáceas), sendo utilizadas medicinalmente as partes aéreas floridas. Esta é constituída por compostos fenólicos com ácidos fenólicos e flavonóides.
Apresenta as seguintes propriedades:
Nas doenças hepáticas;
Nas cólicas nefríticas e cistites;
Diurético;
Cicatrizante;
Externamente, em caso de queimaduras e convulsões. "

Na Primavera voltarei com o hipericão florido.

As Cheias do Tâmega


São cíclicas!
O Tâmega, cansado das margens que o espartilham, cresce e alarga-se invadindo os campos que lhe são vizinhos!
"Lava-se nas matas ribeirinhas" purificando-se de toda a sorte de lixo que nele depositam!
É a sua pequena vingança...devolve o que não lhe interessa!
E arrastando aqui, depositando acolá, vai-se renovando sem macular a sua singular beleza que desponta todas as primaveras!
Já nos habituamos às cheias e, orgulhosamente ostentamos nas paredes das nossas ruas, as placas dessas efemérides mais significativas, que mostramos aos turistas incrédulos e ávidos de informação.
Daí continuarmos a querer este rio milenar tão livre e selvagem, quanto livre e selvagem o legaram as gerações do passado.
Que o deus Tameobrigo continue a protegê-lo na sua cavalgada livre até ao Douro, que de braços abertos o recebe, para com ele recordar o seu próprio passado de rio indomado!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mexilhões



Estes são do Tâmega, encontrados nas Fontainhas de Baixo em Fridão, em área a submergir pela albufeira de juzante. Embora não possa confirmar a espécie a que pertencem, são pelo menos o comprovativo de que algo falhou no Estudo de Impacte Ambiental, que nem sequer os refere.(1)
Seria bom proceder a um estudo mais profundo sobre as espécies da fauna e flora afectadas pelas barragens previstas.
Procurarei daqui para diante mostrar o maior número de paisagens "a abater" pelas Barragens de Fridão, bem como das espécies da fauna e flora que abundam nesta região.
Talvez assim consiga acordar alguns empedernidos para a riqueza que todos iremos perder ao submergir tão grande porção do Tâmega, riquezas que poderiam potenciar um verdadeiro desenvolvimento sustentado de toda a região.
É o meu humilde contributo para a defesa da nossa identidade!
(1)- Em abono da verdade retirei a referência à espécie Margaritifera, margaritifera, pois não sendo especialista fui informado que poderia não se tratar de elementos daquela espécie.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ainda e sempre as Barragens de Fridão


Por me parecer de toda a importância para a consciencialização de todos os amarantinos, resolvi postar o comunicado da Quercus




"Quercus contra construção da barragem de Fridão

Prejuízos ultrapassam largamente os benefícios

A Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, enviou ontem o seu parecer desfavorável à construção da barragem de Fridão, no âmbito da Consulta Pública ao Estudo de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico de Fridão que terminou ontem, dia 15 de Fevereiro. A Quercus não tem dúvidas em considerar que os prejuízos para a região e para o país ultrapassam largamente os benefícios de construção deste empreendimento.

Elencam-se os principais argumentos que justificam esta posição:

- o prejuízo para a qualidade da água do Tâmega e a violação da Directiva-Quadro da Água;
- não se ter equacionado no Estudo de Impacte Ambiental a possibilidade de reforços de potência em barragens já existentes que, segundo dados da EDP, seriam suficientes para alcançar as metas de potência em centrais hidroeléctricas;
- o contributo pouco significativo para a produção de electricidade, representando apenas 0,4% do consumo de electricidade em Portugal;
- a ausência até à data de um plano consistente de eficiência energética, havendo estudos governamentais que apontam para a possibilidade de redução do consumo de energia eléctrica em cerca de 20% sem sacrificar a economia ou o conforto, estando este valor muito acima do contributo de 3% previsto com a construção das 10 novas barragens do Plano Nacional de Barragens;
- o elevado impacto ao nível da fauna e da flora da região, inclusivamente em muitas espécies com estatuto de protecção elevado, decorrente da submersão de centenas de hectares de Reserva Ecológica Nacional, Reserva Agrícola Nacional e até de habitats classificados e prioritários;
- a falta de rigor e inconsistência do Estudo de Impacte Ambiental, que não faz uma análise dos impactes cumulativos das 5 novas barragens previstas para a zona e que não menciona espécies relevantes como é o caso do mexilhão-de-rio, Margaritifera margaritifera L. [Estatuto de Conservação: Global (IUCN 1994): EN (Em perigo) e protecção legal através dos Decretos-lei nº 140/99 e nº 316/89];
- o impacte negativo e significativo da transformação de um sistema de água corrente num sistema de água parada, com elevadas consequências para a biodiversidade e para a qualidade da água;
- elevada perda socioeconómica para a região, devido à submersão de relevantes manchas de zonas de produção agrícola e florestal, além de infra-estruturas como praias fluviais, uma ponte romana, uma ETAR, património de interesse público, um parque de campismo, uma pista de canoagem e muitas casas de habitação cujos habitantes terão de ser deslocados;
- existência de alternativas energéticas mais baratas e com menos impacto para o ambiente, nomeadamente através da promoção da eficiência energética.

Assim, a Quercus exige a renúncia de construção da barragem de Fridão uma vez que é bastante claro que os impactes negativos são demasiado relevantes para os fracos benefícios e porque existem alternativas viáveis que não estão a ser consideradas.

Porto, 16 de Fevereiro de 2010

A Direcção Nacional da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza
A Direcção do Núcleo Regional do Porto da Quercus"

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010


As verdades caladas…

Barragens de Fridão
Estudo de Impacte Ambiental (EIA)

O que eles não gostavam que se soubesse...


Barragem de Jusante (Borralheiro-Fridão)


…”Relativamente à barragem de Jusante, devido à sua maior oscilação que pode atingir os 9 metros, esses impactes serão de magnitude elevada, significativos, certos, locais, directos, permanentes e irreversíveis.
Em qualquer circunstância, e em todas as situações, os volumes turbinados dão
origem a variações relativamente rápidas dos níveis de água na albufeira de jusante, o que não permite o seu uso para qualquer outro fim…”
Neste caso o impacte é tão negativo que os técnicos recomendam a arborização de certos espaços, para impossibilitar a observação da albufeira a partir da Estrada Nacional 312.




Sismicidade Induzida

…”tendo em conta que o Escalão Principal poderá atingir a altura de 102 m, torna-se necessário considerar a possibilidade da respectiva albufeira poder dar origem a sismos induzidos pelo seu enchimento…”


Mas a situação não se altera se a altura se ficar pelos 97 metros(!)
Por isso temos de nos preparar para eventuais tremores de terra, ocasionados pelo enchimento da albufeira! (que ninguém nos garante não virem a acontecer!)



Avaliação de Qualidade da Água no Âmbito da Directiva Quadro da Água (DQA)

“Deste modo e em relação às alterações introduzidas no Rio Tâmega pelas albufeiras do Escalão Principal e de Jusante na qualidade da água, os impactes serão negativos, de magnitude elevada, directos e serão permanentes, certos e irreversíveis.”

E assim lá se vai o melhoramento da qualidade da água no centro urbano, que nos vinham a prometer, e não demora, o melhor será subir a cota do Torrão aos 65m!


Flora

“De um modo geral, os impactes na flora e vegetação na fase de construção ( e não só - digo eu…) classificam-se de negativos, de magnitude elevada, permanentes, irreversíveis e significativos.”

Isto apesar de os técnicos, no EIA, tudo terem feito para minimizar a qualidade e diversidade ambiental da região afectada!


Fauna
“…os impactes na Fauna são classificados de negativos de magnitude moderada, permanentes e irreversíveis, sendo directos, certos e imediatos. São em geral classificados de significativos e são minimizáveis e compensáveis…”




E tudo isto se vai passar apesar de se reconhecer que:

“De uma forma geral, pode considerar-se que o Aproveitamento Hidroeléctrico do Fridão tem impactes significativos no ambiente aquático, tanto mais que se desenvolve num troço do rio que, como foi referido na caracterização da situação de referência, está bastante bem preservado e com uma boa qualidade ecológica



Captações de água a jusante das barragens (minas, poços e nascentes)

“Variação do nível freático a jusante da barragem por retenção de água a montante
da mesma – durante o enchimento gradual inicial da albufeira, irá ocorrer uma
diminuição do caudal normal no rio Tâmega pelo facto de água passar a estar
armazenada na albufeira.
Este facto poderá ter um efeito temporário no nível freático dos aquíferos localizados
para jusante da barragem, provocando o seu rebaixamento. Este rebaixamento
também poderá conduzir a um aumento do fluxo de água subterrânea dos aquíferos
para o curso de água. Tal significa que passaremos a ter menor quantidade de água armazenada e disponível nos aquíferos localizados a jusante da(s) barragem(ns).
Este é um impacte negativo, que pode ser significativo mas com uma magnitude
relativamente reduzida. A sua duração será temporária, de efeito local, uma vez que
a área a jusante que venha a ser afectada é diminuta, com incidência indirecta,
reversível e com efeito a médio prazo. Este impacte, negativo, sendo difícil de
minimizar, pode ser compensado”

Com isto lá cai a mentira de que em Fridão iríamos ter uma maior disponibilidade de água nos nascentes, naturais ou resultantes de explorações!

Vai haver menos água para consumo e rega e seguramente de pior qualidade!



Estes são alguns dos impactes significativos que irão alterar de forma radical a vida das populações.