Desde há muitos anos que venho assumindo uma oposição clara à construção da Barragem de Fridão.
Não vivo na crença de que com a barragem todos os problemas de Amarante se resolverão!
Não acredito na criação de empregos estáveis e duradouros!
Não acredito que a barragem venha potenciar um desenvolvimento significativo da nossa região e muito menos do nosso concelho!
Não acredito que ela promova a fixação de população!
Não acredito que a barragem seja um factor de incremento turístico!
Nem acredito que os amarantinos sintam tal obra como sua!
Não acredito que se sintam seguros debaixo de tal paredão!
Não acredito na infalibilidade dos técnicos!
Não acredito em promessas sempre adiadas!
Não creio que a barragem seja má!
Eu tenho a certeza de que ela será má para todos nós!
E a certeza advém da análise da documentação disponível e que só não entende quem não quer entender!
Os impactes serão profundos, irreversíveis e altamente negativos a todos os níveis!
A Barragem não nos pode ser imposta, na ilusão de que ela é um imperativo nacional!
O interesse nacional tem de ser obrigatoriamente a soma dos interesses locais e nunca a vontade da capital imposta unilateralmente!
Recuso a destruição da minha terra às mãos de interesses financeiros que em nada atenuam as dificuldades da generalidade do povo português!
A nossa terra não pode continuar a abdicar daquilo a que tem direito em nome de uma solidariedade nacional de sentido único!
A qualidade de vida não se mede pelo nº de KW que cada um gasta no dia-a-dia, da mesma maneira que não é medida pelo nº de telemóveis e televisores que existem per capita!
sábado, 27 de novembro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Múuuuuusica...!
"EDP promove ciclo de concertos com Orquestra do Norte
Iniciativa cultural leva música clássica às regiões das novas barragens EDP"
Não falta quem nos dê música...!
...para nos embalar ..., para nos adormecer ...
Também já percebi que não falta quem ganhe uns cobres com esta iniciativa e a da Orquestra Geração!
Mas esta de dar música aos "afogados" não lembraria ao diabo!
Não sei porquê, mas lembrei-me de imediato do Titanic!
Iniciativa cultural leva música clássica às regiões das novas barragens EDP"
Não falta quem nos dê música...!
...para nos embalar ..., para nos adormecer ...
Também já percebi que não falta quem ganhe uns cobres com esta iniciativa e a da Orquestra Geração!
Mas esta de dar música aos "afogados" não lembraria ao diabo!
Não sei porquê, mas lembrei-me de imediato do Titanic!
domingo, 24 de outubro de 2010
Já foste...!
“o Governo exclui definitivamente a recuperação de percursos como a linha do Oeste, do Tua, do Tâmega, do Corvo e do Vouga.”
In SOL (Frederico Pinheiro)
Brevemente os Tameganus já poderão ir a pé ou de bicicleta, desde a Livração a Arco de Baúlhe!
Ora digam lá que isto não é progresso e desenvolvimento...!
E ainda se poupa na saúde, pois com tais caminhadas não há colesterol que resista!
É sempre a somar!
In SOL (Frederico Pinheiro)
Brevemente os Tameganus já poderão ir a pé ou de bicicleta, desde a Livração a Arco de Baúlhe!
Ora digam lá que isto não é progresso e desenvolvimento...!
E ainda se poupa na saúde, pois com tais caminhadas não há colesterol que resista!
É sempre a somar!
terça-feira, 20 de julho de 2010
Era uma vez...
A Senhora Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Dulce dos Prazeres Fidalgo Álvaro Pássaro fez publicar em Diário da República, 1ª série - Nº 135 do dia 14 de Julho do corrente ano de 2010, pela Portaria nº 498/2010 a Classificação das albufeiras das Barragens de Fridão (Escalão Principal e Barragem de Juzante)
Mulher prevenida, avançou com a classificação das albufeiras quatro ou cinco anos antes da sua existência real, prevista lá para 2016, se tudo lhes correr como desejam...!
Ninguém a poderá acusar de morosidade no processo, nem de inoperância dos seus serviços...!
Mas também ninguém nos esclarecerá sobre as razões que motivam tanta pressa neste particular!
A dita portaria é suficientemente esclarecedora para ficarmos a saber que afinal, e ao contrário do que diziam, as duas albufeiras estão destinadas à produção de energia! Então não era que a de Jusante só serviria para efeito de regularização dos caudais turbinados no Escalão Principal?
Então não era um dado adquirido que a albufeira da Barragem de Fridão iria contribuir para o desenvolvimento da região, potenciando actividades de lazer, recreio e turísticas?
Então as águas dessa albufeira não iriam permitir belas praias, como a de Veade em Celorico; não seria sulcada por barcos de recreio e por outros maiores que uniriam os povos da bacia do Tâmega em inolvidáveis cruzeiros?
Quem já não se terá imaginado a cavalgar uma potente mota de água, rio acima?
Ou a vencer as distâncias numa veloz lancha?
Ou a fazer belas pescarias?
Afinal tudo isso, parece … nunca passará de uma miragem!
Basta ler o…
Decreto-Lei n.º 107/2009
de 15 de Maio
...
CAPÍTULO II
Classificação
Artigo 7.º
Classificação de albufeiras de águas públicas
1 — A classificação das albufeiras de águas públicas
é obrigatória.
2 — As albufeiras de águas públicas são classificadas,
para efeitos do presente decreto -lei, num dos seguintes
tipos:
a) Albufeiras de utilização protegida: aquelas que se
destinam a abastecimento público ou se prevê venham a
ser utilizadas para esse fim e aquelas onde a conservação
dos valores naturais determina a sua sujeição a um regime
de protecção mais elevado, designadamente as que
se encontram inseridas em áreas classificadas, tal como
definidas na Lei da Água;
b) Albufeiras de utilização condicionada: aquelas que
apresentam condicionamentos naturais que aconselham
a imposição de restrições às actividades secundárias, designadamente
as que apresentam superfície reduzida, obstáculos
submersos, margens declivosas, dificuldades de
acesso, ou quaisquer características que possam constituir
um risco na sua utilização, bem como as que se localizem
em situação fronteiriça, e aquelas que estejam sujeitas a
variações significativas ou frequentes de nível ou a alterações
do potencial ecológico e do estado químico;
c) Albufeiras de utilização livre: aquelas que não são
susceptíveis de classificação nos tipos previstos nas alíneas
anteriores, apresentando outras vocações, designadamente
turística e recreativa.
Para se concluir que, sendo uma das albufeiras de utilização protegida e a outra de utilização condicionada, as promessas de desenvolvimento, não passarão disso mesmo - promessas.
Pois como reza o Decreto-lei, actividades turísticas e recreativas, só são possíveis em albufeiras de utilização livre.
Que pena! Fomos outra vez enganados…!
Mulher prevenida, avançou com a classificação das albufeiras quatro ou cinco anos antes da sua existência real, prevista lá para 2016, se tudo lhes correr como desejam...!
Ninguém a poderá acusar de morosidade no processo, nem de inoperância dos seus serviços...!
Mas também ninguém nos esclarecerá sobre as razões que motivam tanta pressa neste particular!
A dita portaria é suficientemente esclarecedora para ficarmos a saber que afinal, e ao contrário do que diziam, as duas albufeiras estão destinadas à produção de energia! Então não era que a de Jusante só serviria para efeito de regularização dos caudais turbinados no Escalão Principal?
Então não era um dado adquirido que a albufeira da Barragem de Fridão iria contribuir para o desenvolvimento da região, potenciando actividades de lazer, recreio e turísticas?
Então as águas dessa albufeira não iriam permitir belas praias, como a de Veade em Celorico; não seria sulcada por barcos de recreio e por outros maiores que uniriam os povos da bacia do Tâmega em inolvidáveis cruzeiros?
Quem já não se terá imaginado a cavalgar uma potente mota de água, rio acima?
Ou a vencer as distâncias numa veloz lancha?
Ou a fazer belas pescarias?
Afinal tudo isso, parece … nunca passará de uma miragem!
Basta ler o…
Decreto-Lei n.º 107/2009
de 15 de Maio
...
CAPÍTULO II
Classificação
Artigo 7.º
Classificação de albufeiras de águas públicas
1 — A classificação das albufeiras de águas públicas
é obrigatória.
2 — As albufeiras de águas públicas são classificadas,
para efeitos do presente decreto -lei, num dos seguintes
tipos:
a) Albufeiras de utilização protegida: aquelas que se
destinam a abastecimento público ou se prevê venham a
ser utilizadas para esse fim e aquelas onde a conservação
dos valores naturais determina a sua sujeição a um regime
de protecção mais elevado, designadamente as que
se encontram inseridas em áreas classificadas, tal como
definidas na Lei da Água;
b) Albufeiras de utilização condicionada: aquelas que
apresentam condicionamentos naturais que aconselham
a imposição de restrições às actividades secundárias, designadamente
as que apresentam superfície reduzida, obstáculos
submersos, margens declivosas, dificuldades de
acesso, ou quaisquer características que possam constituir
um risco na sua utilização, bem como as que se localizem
em situação fronteiriça, e aquelas que estejam sujeitas a
variações significativas ou frequentes de nível ou a alterações
do potencial ecológico e do estado químico;
c) Albufeiras de utilização livre: aquelas que não são
susceptíveis de classificação nos tipos previstos nas alíneas
anteriores, apresentando outras vocações, designadamente
turística e recreativa.
Para se concluir que, sendo uma das albufeiras de utilização protegida e a outra de utilização condicionada, as promessas de desenvolvimento, não passarão disso mesmo - promessas.
Pois como reza o Decreto-lei, actividades turísticas e recreativas, só são possíveis em albufeiras de utilização livre.
Que pena! Fomos outra vez enganados…!
domingo, 9 de maio de 2010
As Cavalinhas
Tinha prometido que falaria desta erva, que desponta na Primavera, em alguns (poucos)locais húmidos nas margens do Tâmega. As fotos apresentadas foram colhidas em Fridão, na margem do Tâmega, em área a inundar pela Barragem de Jusante.
O texto que se segue é de alguém(identificada)que sabe do assunto, pois eu sou leigo na matéria.
Cavalinha
(Equisetum arvense L.)
Por: Rose Aielo Blanco
Planta de amplas aplicações medicinais, a cavalinha também é muito usada como ornamental…
Popularmente, a cavalinha (Equisetum arvense L.) é conhecida em algumas regiões como rabo-de-cavalo, milho-de-cobra, erva-carnuda, rabo-de-rato, cauda-de-raposa ou cauda-de-cavalo. Os nomes populares podem ser explicados pela própria descrição botânica da planta: trata-se de uma planta perene, cujos caules desfolhados lembram aspargos e, quando morrem, dão origem a caules ocos, ásperos e fortes, onde crescem folhas duras semelhantes ao junco e à cauda de um cavalo. O nome latino desta planta é derivado de "equi" = cavalo e "setum" = cauda.
A cavalinha é um dos seres vivos mais antigos do planeta - ela é mais antiga ainda que as baratas, que surgiram na Terra há 300 milhões de anos. Esta planta data do período Paleozóico, quando existiam bosques inteiros de cavalinhas gigantes, medindo até 10 metros de altura por 2 metros de diâmetro. Algumas referências destacam que estas plantas surgiram antes da separação dos continentes e do aparecimento do homem, sendo que já foram encontrados fósseis de diversas espécies, algumas com 30 m de altura. Das diversas Equitáceas apenas as plantas do gênero Equisetum sobreviveram, sofrendo uma evolução muito pequena. …
Além da idade espantosa, a cavalinha apresenta outras características bem curiosas. Por ser muito rica em sílica, a planta sempre foi muito usada para polir metais, substituindo inclusive a atual "palha de aço" na limpeza de panelas e caçarolas. A cavalinha apresenta ainda bons teores de cálcio, ferro, magnésio, tanino e sódio. Na Antiga Roma, o uso de infusões preparadas a partir da cavalinha era bem difundido, especialmente para tratar problemas respiratórios, infecções urinárias e da próstata. Sua fama medicinal atravessou os tempos e, actualmente, são atribuídas à cavalinha propriedades capazes de amenizar dores de cabeça, combater hemorragias e fortalecer as paredes das veias, evitando a formação de depósitos de gordura. Por seu poder remineralizante, o chá de cavalinha tem sido divulgado como um poderoso aliado das mulheres que estão ultrapassando a faixa dos 40 anos, pois ajuda a repor os minerais perdidos, afastando o perigo da osteoporose. Entretanto recomenda-se muita cautela com a ingestão de chás e infusões preparadas com esta planta porque, em excesso, há risco de intoxicação e irritação intestinal.
Dois tipos de caule
Trata-se de uma planta muito interessante do ponto de vista botânico. Pertencente à família das Equisetáceas, a cavalinha possui raízes, mas não tem flores e, conseqüentemente, nem sementes. Sua reprodução é garantida pelos esporos contidos nos "esporângios" situados na base de pequenos escudos que se agrupam numa espécie de espiga terminal. Os próprios esporos são dotados de um extraordinário sistema de propagação, pois o invólucro rasga-se em quatro faixas elásticas que, ao se deformarem por efeito do calor, provocam a dispersão dos esporos. Outra curiosidade a respeito desta planta é que ela apresenta dois tipos de caule - os férteis, avermelhados e curtos, sem clorofila, que surgem normalmente no início da primavera e apresentam na extremidade a espiga produtora de esporos (estóbilo); e outros estéreis, que nascem depois que os caules férteis murcham. O caule estéril é verde, longo, canelado, cheio de nós e muita ramificação. É a parte da planta que apresenta as propriedades medicinais.
Originária da Europa, a cavalinha é de fácil cultivo, entretanto é preciso escolher bem o local para o plantio, pois ela se alastra com facilidade. A reprodução é feita por esporos…. Já para obter uma muda, é só retirar cuidadosamente os rebentos que nascem ao redor da planta-mãe ou, então, fazer divisão de gomos, a exemplo do que é feito com o bambu: pega-se uma haste da planta, corta-se em vários pedaços; depois é só plantá-los colocando-os horizontalmente no solo. A planta tem preferência por solos arenosos e argilosos, cresce bem em locais sombreados e não exige muita adubação. Segundo informações da Universidade de Lavras, a cavalinha é uma planta que gosta de água em quantidade, seus rizomas desenvolvem-se melhor em solos húmidos. A humidade é necessária para o processo reprodutivo sexual da planta. Na natureza, a planta ocorre geralmente ao longo de riachos e nas margens de lagos. A melhor época para o corte ou colheita da cavalinha é o verão.
De bem com a beleza, de mal com as cobras
Como inúmeras outras ervas a cavalinha também era usada para "finalidades mágicas". Em tempos remotos, acreditava-se que a planta estava ligada ao planeta Saturno. Com seus caules ocos, os antigos pastores fabricavam flautas que eram usadas para espantar serpentes, daí o nome popular "milho-de-cobra". Além disso, sempre foi muito forte a ligação entre a planta e a fertilidade feminina: quando uma mulher queria engravidar, era costume colocar um vaso de cavalinha dentro do quarto.
Dados famacológicos identificam na cavalinha glicosídeos flavônicos, saponinas, ácido gálico, potássio e sílica como os principais responsáveis pela ação diurética e remineralizante, que permitem a eliminação de substâncias tóxicas. A planta ainda funciona como um diurético suave com ação reguladora e adstringente do trato genito-urinário, também usada em casos de incontinência noturna de crianças. Os taninos são responsáveis pela ação adstringente.O silício apresenta propriedades remineralizantes, participa da calcificação dos ossos, age sobre as fibras elásticas das artérias, diminuindo o risco de ateromatose, principalmente em pessoas com colesterol elevado, regularizando o tônus, elasticidade e resistência dos vasos sangüíneos. Como antiinflamatória ela atua em casos de inchaço e inflamação da próstata. Estimula o metabolismo cutâneo, acelera a cicatrização e aumenta a elasticidade de peles secas e senis, atuando como hidratante profundo. Também age como abrasivo, em razão do seu alto teor de silício. ajuda a recuperar a pele e ferimentos. Por suas propriedades adstringentes e detergentes (saponinas) pode atuar como coadjuvante no tratamento externo da acne
Nos tratamentos de beleza, a cavalinha é muito conhecida: ajuda a evitar varizes e estrias, limpa a pele, fortalece as unhas e dá brilho aos cabelos. Quem quiser experimentar, é só testar algumas receitas:
Óleo para prevenir estrias: Coloque um ramo ou caule de cavalinha (já seca) em um vidro pequeno de óleo de amêndoas. Deixe descansar por 30 dias e passe na pele, sempre após o banho.
Infusão para limpeza de pele: Coloque um punhado da planta (fresca ou seca) em uma vasilha e despeje água fervendo. Abafe e deixe descansar por 10 minutos. Depois de fria, use a infusão com um chumaço de algodão, para limpar a pele.
Para dar brilho aos cabelos e fortalecer as unhas: Faça um chá com caules e folhas de cavalinha, deixe esfriar e use no enxágüe final dos cabelos. Para fortalecer as unhas, faça um chá mais concentrado, deixe amornar e mantenha as unhas imersas por uns 15 minutos, mais ou menos.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Mas, de repente, um muro de cimento...
Desabafo...
Quem cantará o Tâmega, quando se "calar",
Remetido ao silêncio forçado
Pelo gozo de mandar...,
De um qualquer alucinado?
................
Vamos ver agora como sentiu Miguel Torga a construção da barragem que submergiu Vilarinho da Furna...!
Requiem
Viam a luz nas palhas de um curral,
Criavam-se na serra a guardar gado.
À rabiça do arado,
A perseguir a sombra nas lavras,
aprendiam a ler
O alfabeto do suor honrado.
Até que se cansavam
De tudo o que sabiam,
E, gratos, recebiam
Sete palmos de paz num cemitério
E visitas e flores no dia de finados.
Mas, de repente, um muro de cimento
Interrompeu o canto
De um rio que corria
Nos ouvidos de todos.
E um Letes de silêncio represado
Cobre de esquecimento
Esse mundo sagrado
Onde a vida era um rito demorado
E a morte um segundo nascimento.
Miguel Torga
Barragem de Vilarinho da Furna
18 de Julho de 1976
Quem cantará o Tâmega, quando se "calar",
Remetido ao silêncio forçado
Pelo gozo de mandar...,
De um qualquer alucinado?
................
Vamos ver agora como sentiu Miguel Torga a construção da barragem que submergiu Vilarinho da Furna...!
Requiem
Viam a luz nas palhas de um curral,
Criavam-se na serra a guardar gado.
À rabiça do arado,
A perseguir a sombra nas lavras,
aprendiam a ler
O alfabeto do suor honrado.
Até que se cansavam
De tudo o que sabiam,
E, gratos, recebiam
Sete palmos de paz num cemitério
E visitas e flores no dia de finados.
Mas, de repente, um muro de cimento
Interrompeu o canto
De um rio que corria
Nos ouvidos de todos.
E um Letes de silêncio represado
Cobre de esquecimento
Esse mundo sagrado
Onde a vida era um rito demorado
E a morte um segundo nascimento.
Miguel Torga
Barragem de Vilarinho da Furna
18 de Julho de 1976
sábado, 1 de maio de 2010
Pobre Amarante...!
EDP: Ministério do Ambiente dá luz verde à barragem do Fridão
O Ministério do Ambiente emitiu sexta feira a declaração de impacto ambiental (DIA) condicionada à cota mais baixa da barragem do Fridão, segundo fonte da tutela.
Era a notícia que em boa verdade eu dispensaria!
Mas também não é nada que já não esperasse!
Aliás recordo o que afirmei no 2º Debate sobre as Barragens de Fridão e que foi mais ou menos isto: O período de consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental era só para cumprir calendário e dar a impressão que tudo estava a ser feito dentro da maior isenção!
Recordo ainda que disse, na presença do sr. Presidente do Inag, que a hipótese da Barragem de montante à cota 165 era só para que nos "alegrássemos" com o "benefício" de ela acabar por ficar à cota menor de 160m.
Aí está..., por isso exultem de alegria porque a barragem vai ficar condicionada à cota mais baixa, das duas propostas da EDP!(como se tal decisão alterasse o essencial dos impactes que se irão sofrer!)
E assim se chega ao que já esperava, sem ter visto da parte daqueles a quem competia, uma única acção concreta e atitude consequente, na luta contra atentado de tal envergadura!
Decididamente, todo este processo foi uma desilusão e se outro mérito não teve, serviu no mínimo para enraizar em mim a convicção de que não basta dizer que amamos a nossa terra, mas que devemos defendê-la das agressões "externas", nem que venham mascaradas de "interesse nacional".
O futuro se encarregará de dar razão a quem a tem e não deixará de responsabilizar os autores de tal iniciativa, nem aqueles que com ela pactuaram!
Dói profundamente esta derrota, não por ser uma derrota de quantos se opuseram à construção das barragens, mas por ser essencialmente uma derrota de Amarante e de todos os amarantinos!
Pobre Amarante!!!!
O Ministério do Ambiente emitiu sexta feira a declaração de impacto ambiental (DIA) condicionada à cota mais baixa da barragem do Fridão, segundo fonte da tutela.
Era a notícia que em boa verdade eu dispensaria!
Mas também não é nada que já não esperasse!
Aliás recordo o que afirmei no 2º Debate sobre as Barragens de Fridão e que foi mais ou menos isto: O período de consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental era só para cumprir calendário e dar a impressão que tudo estava a ser feito dentro da maior isenção!
Recordo ainda que disse, na presença do sr. Presidente do Inag, que a hipótese da Barragem de montante à cota 165 era só para que nos "alegrássemos" com o "benefício" de ela acabar por ficar à cota menor de 160m.
Aí está..., por isso exultem de alegria porque a barragem vai ficar condicionada à cota mais baixa, das duas propostas da EDP!(como se tal decisão alterasse o essencial dos impactes que se irão sofrer!)
E assim se chega ao que já esperava, sem ter visto da parte daqueles a quem competia, uma única acção concreta e atitude consequente, na luta contra atentado de tal envergadura!
Decididamente, todo este processo foi uma desilusão e se outro mérito não teve, serviu no mínimo para enraizar em mim a convicção de que não basta dizer que amamos a nossa terra, mas que devemos defendê-la das agressões "externas", nem que venham mascaradas de "interesse nacional".
O futuro se encarregará de dar razão a quem a tem e não deixará de responsabilizar os autores de tal iniciativa, nem aqueles que com ela pactuaram!
Dói profundamente esta derrota, não por ser uma derrota de quantos se opuseram à construção das barragens, mas por ser essencialmente uma derrota de Amarante e de todos os amarantinos!
Pobre Amarante!!!!
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